Crise e o Acaso – Nosso Idioma
Por um acaso, nos foi permitido vislumbrar um Brasil que não está adormecido como o famoso conto de fadas, à espera de um príncipe ou princesa, apesar de, muitas vezes, iludidos pela promessa do faz de conta. Entretanto, o que se via marchando pelas ruas, resplandecendo o verde esperança e o flamejante amarelo desespero de um povo brasileiro que acaba de despertar, mas, que com a esperança, esse povo vem reluzindo como o ouro, depois de provado tantas vezes, ele vem se purificando, lavando sua alma pelas ruas, gritando por liberdade, levantando as mãos para o céu azul e dizendo: “ordem no congresso”. Queremos ORDEM E PROGRESSO!”
Crise na política? Desde quando? Será que houve um começo ou será que vivemos constante recomeços? Renovados e renomeados, eleitos e reeleitos… O povo está em crise, crise de identidade? Crise partidária ou crise da moral e dos bons costumes? Será que esse quadro se criou por acaso? Quando digo “por acaso”, comprovamos que no dia anterior tentaram criar um “acaso” com usos de sofismas, tentando enganar o povo pintando um quadro onde todos continuam deitados em berços esplêndidos, ou seja, tentam injetar um sonífero na veia desse povo, tentando fazer calar o heroico brado retumbante que ecoa pelas ruas, avenidas e cidades brasileiras, na luta pelo sol da liberdade que já não brilha mais, pois oculto pelas nuvens negras do “lava jato”, que ao invés de água que purifica, lançam um preto-óleo que danifica e mancha o formoso céu, outrora risonho e límpido.
Onde será que está a crise? Se parece que nunca nos afastamos dela, a imagem do Cruzeiro já não resplandece mais num céu estrelado, envergonhado pelos “acasos”, se escondeu.
Por acaso o dólar subiu, com ele, sobe o governo pela rampa do planalto para adentrar em suas naves convexas e côncavas de Niemeyer, afim de querer brincar de pilotar um povo que já não acredita mais em discos voadores e, muito menos, em manipulação de resultados. Já desconfiam até dos números, contas? Quantas pessoas? Quantos reunidos? Quanto dinheiro sumiu? Quem pegou? Ou quem levou a culpa no lugar de quem? O povo já não aguenta mais, e continua a premissa que diz: “verás que um filho teu não foge à luta”, essa sim, é verdadeira. Contudo, é necessário que se faça valer a premissa anterior que diz: “Mas, se ergues da justiça a clava forte”, aqui então podemos ver a grandeza desse povo que, se no lugar da justiça a clava forte da injustiça o fere, o povo se revela ainda mais forte e grita mais alto: “Não teme, quem te adora, a própria morte”, oh terra adorada, ainda está vivo o sonho da pátria amada, atenda o clamor de seus filhos, oh mãe gentil. Ainda queremos chamar o nosso país de meu Brasil.
*Dr. Joe Higashi, professor de língua portuguesa e diretor pedagógico no núcleo da Fundação Educacionista em Cape Cod, doutor em teologia e filosofia (PhD), mestre em Aconselhamento (Christian Counseling), Jornalista, produtor musical e pastor.
Fundou uma escola do ensino fundamental ao ensino médio na cidade de Toyota, no Japão, foi diretor da Fundação Maria Higashi na cidade de Mogi das Cruzes (SP) e atualmente, além de lecionar na Fundação, também dá aulas de Teologia nas universidades: International Biblical University, Vision International University e Dardah University.
Autor de mais de 7 livros na área teológica, atualmente está terminando de escrever um livro didático de Língua Portuguesa de Herança que será lançado em breve.
*Palestrante tanto na área teológica como professor de Língua Portuguesa de Herança, já palestrou na Columbia University com excelente resultado num encontro mundial de professores de língua portuguesa, e agora se prepara para o próximo encontro que se dará, em agosto, na Georgetown University, em Washington DC. Recentemente, ganhou o Press Award 2015, que receberá numa festa de entrega na Flórida, em maio.