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III Simpósio AOTP sobre Português como Língua de Herança

19 de novembro de 2022
Organização:
Beatriz Cariello (Florida International University)
Ana Lúcia Lico (ABRACE)
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O III Simpósio AOTP sobre PLH é um espaço para explorar o muito que tem sido feito, com muita garra e criatividade, para enfrentar os desafios que as especificidades do PLH requerem. São abordagens e estratégias pessoalmente significativas para estes alunos que mantêm uma relação mais emocional e identitária que funcional e profissional com a nossa língua. Este evento online gratuito para os membros da AOTP e organizações parceiras vai proporcionar interações entre profissionais que se entregam honestamente a esta causa nobre de preservar a herança linguística dos nossos filhos, que é um direito que lhes assiste de nascença, mas tantas vezes dificultado ou negado.

 

Para se inscrever no III Simpósio AOTP de PLH como ouvinte, use esta página.

Os interessados em receber certificado, mas que ainda não são membros da AOTP ou de uma organização parceira, devem associar-se aqui.

Programa III Simpósio AOTP Sobre Português Como Língua de Herança

19 de novembro de 2022
9h00 às 17h00 (New York)

09:00 – 09:10 ABERTURA

09:10 – 10:10 MESA REDONDA

Miriam Müller Vizentini e Isabela Gomes-Perrucci (Suíça)

Raquel Rosa (NJ, EUA)

Rejane de Musis (MA, EUA)

Adriana Sugino (Japão)

Moderador: Luis Gonçalves

10:15 – 10:35
O Uso de Tecnologias de Informação e Comunicação no processo de ensino-aprendizagem do Português como Língua de Herança

LuziaTanaka

Projeto Construir ARTEL - Japão

O presente trabalho consiste na reflexão sobre as didáticas e práticas no ensino do Português como Língua de Herança (PLH) no Japão para crianças, filhas de brasileiros que migraram para o Japão em grande número no final da década de 1980 a 1990 e vivem espalhadas em diferentes estados.Assim, essa reflexão pautou-se em três questões: i) qual é o papel do ensino da língua de herança no desenvolvimento cognitivo e socioemocional dessas crianças? ii) será que é possível promover um ensino de PLH de qualidade, à distância? iii) se for possível, que instrumento tecnológico utilizar? O Japão é um país monolíngue, que, nos últimos 30 anos, tem recebido cada vez mais pessoas de diferentes países. O aprendizado do PLH traz importantes benefícios como: autoconhecimento; desenvolvimento do senso de pertencimento, importante na formação da sua identidade; melhoria e aumento da autoestima e autoconfiança e, por fim, melhoria no rendimento escolar, pois ele é muito mais que ensinar a ler e escrever letras e palavras. Esse contexto nos fez pensar que o uso das TICs talvez possibilite aumentar e melhorar o aprendizado, se bem estruturado, pode proporcionar aquisição de novas informações ao possibilitar a interatividade em tempo real (NUNES, 2014, p.7), e é um instrumento facilitador de aprendizagem colaborativa ou individualizada. E o uso das TICs como ferramenta pedagógica além de aumentar a autoestima dos alunos, proporciona-lhes melhor desempenho escolar (RAMAZOTTI ,2022).

10:40 – 11:00
O papel do progenitor não brasileiro na transmissão do PLH: suas práticas linguísticas e o impacto na proficiência dos filhos

Andreia Sanchez Moroni, PhD

Universidad Internacional de La Rioja – Espanha
Esta comunicação apresenta resultados parciais de uma pesquisa qualitativa realizada na Catalunha, Espanha, entre 2013 e 2017, com adultos vinculados a uma associação de famílias que promove o Português como Língua de Herança (PLH). Nela, a partir principalmente de entrevistas semiestruturadas, analisa-se o papel dos progenitores não brasileiros no projeto de transmissão do PLH em famílias mistas (nas quais um progenitor é brasileiro, o outro, não) em três situações: 1) o progenitor não brasileiro adota o português como sua principal língua de interação com os filhos; 2) o progenitor não brasileiro não fala, mas entende o português, o que permite que a língua seja usada em interações com os outros membros da família; e 3) o progenitor não brasileiro não fala nem entende português. São apresentadas algumas informações sobre o contexto bilíngue catalão-castelhano da Catalunha, pois acredita-se que as ideologias linguísticas da sociedade podem influenciar no modo como as famílias se posicionam em relação ao PLH. Os resultados ajudam a desmistificar duas ideias: que as mães seriam as principais responsáveis pela transmissão linguística intergeracional e que o papel dos “falantes nativos” seria mais importante que o dos “não nativos” nesse projeto.

11:00 – 11:10 Q&A

11:10 – 11:30

Formação para professores de língua portuguesa como língua pluricêntrica

Vanessa Domingues Silva, PhD

Johannes Gutenberg Mainz  - Alemanha
Discussões mais recentes abordam as implicações da disseminação global de línguas pluricêntricas para o ensino, com o objetivo de integrar vários elementos-chave nos currículos existentes. Mais importantes ainda são a integração da diversidade cultural e variação linguística (por exemplo, em livros didáticos e através de contribuições pertinentes por meio de sistemas de aprendizagem multimídia), a consideração do multilinguismo e a elevação e promoção da consciência multicultural e intercultural no decurso do ensino-aprendizagem. Esta comunicação apresentará o curso de formação de professores de Português na Alemanha, cujo objetivo é contribuir para melhoria do ensino de língua portuguesa no exterior e ajudar os professores a desenvolverem ações pedagógicas que contribuam para a disseminação do idioma português como língua pluricêntrica.
 

11:35 – 11:55

Projeto de alfabetização de Português como Língua de Herança (PLH) na Biblioteca Pública de Hyannis no Cape Cod

Elisabete Melo

Cape International Language Academy – Massachusetts, Estados Unidos

O projeto de alfabetização de Português como Língua de Herança (PLH) na Biblioteca objetiva promover o ensino do idioma adquirido no seio da família pelos filhos de imigrantes residentes no Cape Cod. Esta iniciativa visa alfabetizar as crianças que ainda não foram alfabetizadas no PLH, mas que já passaram pelo processo de alfabetização do Inglês. Para as crianças já iniciadas no processo de alfabetização, a meta é dar continuidade e promover o letramento. De acordo com Magda Soares, professora e pesquisadora de Educação, “a diferença entre alfabetização e letramento está no domínio que o sujeito tem sobre a leitura e a escrita.” O Projeto está sendo realizado na Biblioteca Pública de Hyannis. As faixas etárias atendidas são de crianças de 7 a 12 anos. Um diagnóstico da fase de escrita do aluno foi imprescindível para escolher o melhor método a ser utilizado, estratégia que tem alcançado bons resultados.
Estamos utilizando os métodos fônico e silábico através de figuras-fonemas, o que acelera o processo de aprendizagem, à medida que trabalha a leitura e a escrita de forma lúdica e criativa, transformando a sala de aula num espaço interativo de aprendizagem. Os textos utilizados durante todo o projeto servem de material de apoio para difundir a cultura brasileira e despertar o interesse do aluno de PLH pelos autores brasileiros.

 

12:00 – 12:20

Português Língua de Herança: valorização da individualidade e biculturalidade

Daniela Souza e Filipa Rodrigues

Hudson Public Schools, MA, Estados Unidos

A comunicação oral a que nos propomos visa explanar sobre o trabalho desenvolvido por duas professoras (de Portugal e do Brasil), nos últimos 4 anos, junto a turmas de alunos de português de herança no Middle e High School. Pretendemos apresentar estratégias e atividades de ensino do português, sendo que temos como foco da nossa atividade a oralidade nos seus diferentes componentes: expressão, interpretação e compreensão. O trabalho por nós desenvolvido tem como centro nevrálgico o aluno. Todas as atividades são planeadas para que os alunos sejam o centro da aula, isto é, o professor é apenas um mediador, e as atividades são dinamizadas pelos pares ou grupos. O docente apenas guia e estimula o aluno, fornecendo-lhe as orientações para a realização das tarefas. Com as atividades que preparamos, fomentamos a autonomia dos alunos, o sentido de comunidade, a compreensão cultural, a competência comunicativa e intercultural. O resultado final em termos de aprendizagem revela-se, numa fase inicial, no conforto do uso da língua portuguesa. Consequentemente todas as outras áreas inerentes à aprendizagem de uma língua tornam-se mais facilmente atingíveis pelos alunos. Como resultado apresentamos a evolução da expressão oral dos alunos, através da execução de uma avaliação oral, em que se pressupõe um diálogo entre pares. A avaliação (Interpersonal) tem em conta os níveis de proficiência do ACTFL, adaptados para os alunos de herança.
 

12:20 – 12:30 Q&A

12:30 – 1:15 Almoço

01:15 – 02:15 PLENÁRIA

One Size Does Not Fit All: Principles and Best Practices
of Differentiated Instruction for Language Teaching 

Maria M. Carreira, PhD

Professor Emerita of Spanish

California State University, Long Beach

No two language-learners are alike. This is especially the case when it comes to heritage language (HL) learners, whose life experiences shape their linguistic abilities and attitudes in unique ways.  

To help teachers respond to the needs of all learners, this presentation will (1) examine key differences between language learners, including intragroup differences between HL learners, as well as differences between HL and second-language learners, (2) discuss the principles, best practices, and essential tools of Differentiated Instruction  (DI), and (3) demonstrate specific applications of DI for language teaching. 

02:20 – 02:50

Formação de professores para uma educação em línguas (de herança): desafios e oportunidades

Maria de Lurdes Santos Gonçalves, PhD

Coordenadora de Ensino de Português no Estrangeiro - Suíça

O ensino de Língua de Herança (HL) situa-se geralmente num continuum que vai do ensino da L1 ao ensino de LE. O conhecimento construído sobre as características dos falantes da língua de herança são preciosas ajudas para orientar abordagens de ensino, que entrelaçadas com o conhecimento contextual, têm auxiliado os professores de LH a implementar práticas de ensino bem-sucedidas.

No âmbito da investigação emergente em Didática de Língua de Herança, professores e investigadores têm-se empenhado em compreender e descrever o trabalho específico dos professores de LH, a fim de desenhar planos de formação de professores que se adequem à especificidade do ensino em LH (Gonçalves & Melo-Pfeifer, 2020).

Com base na experiência adquirida ao longo de nove anos na elaboração de planos de formação para professores de LH, que visam dar resposta às suas necessidades específicas, esta apresentação destacará aspetos específicos do conhecimento profissional docente, que importa ter em conta na construção de oportunidades de formação destinadas a estes profissionais de educação em línguas.

02:55 – 03:25

A avaliação de PLH em escolas comunitárias brasileiras nos EUA

Gláucia Silva, PhD

University of Massachusetts Dartmouth, MA

No campo de línguas de herança (LH), os testes de nivelamento recebem atenção especial na literatura (Fairclough, 2012), e não sem razão: dada a heterogeneidade que caracteriza quem aprende uma LH, é importante que se encontre a turma mais adequada para cada estudante. No entanto, também é importante determinar se os objetivos de aprendizagem estão sendo alcançados. De acordo com Carreira (2012), é essencial que educadores utilizem a avaliação formativa em aulas de LH, o que lhes facilitaria lidar com as diferenças entre o alunado. Grande parte da literatura sobre avaliação em LH, porém, baseia-se na educação a nível universitário. Ainda se sabe pouco a respeito de como as escolas comunitárias de LH avaliam o desenvolvimento de aprendizes e menos ainda sobre a avaliação de habilidades linguísticas e culturais em línguas menos comumente ensinadas nos EUA, tal como o português. Esta apresentação discute dados obtidos a partir de um levantamento realizado entre educadores e administradores de escolas comunitárias brasileiras nos EUA. Os resultados indicam que há bastante variedade no que se refere à avaliação, tanto em nivelamento como na própria instrução. Nas escolas representadas no levantamento, as práticas avaliativas variam do agrupamento de estudantes por idade a testes para nivelar e para verificar o desenvolvimento de habilidades. Com base na literatura, a apresentação também oferece sugestões de ferramentas de avaliação que podem ser usadas em escolas comunitárias.

03:25 – 03:35 Q&A

03:40 – 04:10

Práticas e recursos de inclusão e antirracismo no ensino de Português como Língua de Herança

Helen Santos

Mico Sapeca - coordernadora de ensino de língua de herança

O objetivo dessa apresentação é ajudar os profissionais de ensino de Português a entenderem que enquanto todos carregamos identidades específicas, as marcações identitárias só são atreladas às populações marginalizadas. É preciso, portanto, trabalharmos a sensibilização de profissionais para que não se entendam ‘identidade norma’, mas uma entre tantas. Para isso, serão apresentados exemplos de atividades e fontes de materiais que incentivam a ampliação de vivências e convivência com todas as identidades de alunos que populam as salas de aula de ensino de língua portuguesa.
 

04:15 – 04:45

Pretuguês como Língua de Herança: o papel da literatura

Luana Reis, ABD

University of Pittsburgh, PA

Kilomba Collective

De acordo com a estudiosa e ativista Lélia Gonzalez, as mulheres negras brasileiras, especialmente a “Mãe Preta” em sua qualidade de cuidadora familiar, desempenharam um papel significativo na reformulação da língua portuguesa e na preservação dos valores culturais africanos no Brasil. Elas africanizaram a língua portuguesa e a ensinaram transformando-a em "pretuguês”. A linguagem de dominação foi subvertida e ressignificada para marcar a presença e resistência do povo negro no Brasil. O presente trabalho discute o conceito de pretuguês e suas implicações para a área de português como língua de herança. Com o objetivo de promover orientações e práticas de ensino de língua portuguesa cada vez mais diversas e pluriculturais, serão apresentadas propostas e estratégias pedagógicas sobre o potencial da literatura lusófona para uma educação antirracista.
 

04:45 – 04:55 Q&A

04:55 – 05:00 ENCERRAMENTO

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